No Reino Unido, a lei já criminaliza a posse de conteúdo sexual gerado por Inteligência Artificial que envolva menores de idade.


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O governo britânico está sendo pressionado a agir contra aplicativos que usam inteligência artificial para criar imagens falsas de nudez. A iniciativa é liderada pelo comissário da infância da Inglaterra, que defende a proibição dessas ferramentas para proteger crianças e adolescentes.

Nos últimos anos, softwares de “nudificação” (deepfake) alimentados por IA se tornaram populares e fáceis de acessar. Esses aplicativos conseguem, por exemplo, remover digitalmente roupas de fotos reais, gerar movimentos sugestivos ou até sobrepor rostos em corpos nus, produzindo resultados extremamente realistas.

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Essa tecnologia, geralmente, se baseia em grandes bases de dados de imagens — compostas, na maioria dos casos, por imagens femininas — o que explica porque cerca de 99% dos deepfakes sexuais na internet são de mulheres e meninas. No Reino Unido, a lei já criminaliza a posse de conteúdo sexual gerado por IA que envolva menores de idade. Porém, o desenvolvimento dos modelos de inteligência artificial que criam esse tipo de material ainda não é regulamentado no país.

Propostas para barrar os apps de nudificação

O comissário propõe que o governo crie novas leis específicas ou ajuste legislações existentes. Uma opção seria incluir o tema no projeto de lei de segurança de produtos e metrologia, obrigando os desenvolvedores de IA a fazer avaliações de risco para atividades ilegais e a eliminar potenciais abusos antes que seus produtos cheguem ao mercado.

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Se a regra entrar em vigor, aplicativos e sites de nudificação que não forem considerados seguros não poderão ser disponibilizados no Reino Unido.

Outra alternativa da proposta seria a apresentação de um projeto de lei de IA. Essa legislação tornaria as empresas de tecnologia responsáveis por prevenir o uso de suas ferramentas para criar imagens de crianças em situações de nudez. As empresas teriam de testar seus sistemas antes do lançamento e poderiam ser punidas caso suas ferramentas fossem utilizadas de maneira ilícita.

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Contudo, a proposta não é unânime. A advogada Danielle Reece-Greenhalgh, do escritório Corker Binning, alerta que proibir essas ferramentas pode gerar controvérsias sobre a liberdade na internet. Ela também ressalta que, com o avanço da tecnologia, distinguir entre imagens reais e fabricadas por IA será cada vez mais difícil — o que pode complicar a aplicação da lei.