O manual com instruções avançadas continham mais de 80 páginas ensinando como criar perfis falsos e extorquir vítimas online.
Se você postar um vídeo no YouTube ensinando como baixar vídeos da plataforma, em poucos minutos, você receberá uma notificação de violação das diretrizes da plataforma e da remoção do conteúdo. Se você acumular no total três avisos, você perderá o canal — simples assim.
- Veja também:
- Google vai facilitar a remoção de deepfakes explícitos das buscas
- Meta derruba mais de 60 mil contas do Instagram usadas por golpistas
Segundo uma reportagem do The Guardian, ao que parece, vídeos ensinando como extorquir pessoas online estão sendo impulsionados pelo algoritmo do YouTube e TikTok com direito a monetização (uma forma de incentivo para o criador).
Criminosos estão dando aulas grátis de sextorsão em mídias sociais como TikTok, YouTube e Telegram, segundo a reportagem divulgada pelo portal. Os vídeos foram identificados pela Agência Nacional de Crimes (NCA). “Manuais e guias escritos intitulados guias de sextorsão, estão disponíveis em plataformas como TikTok e YouTube“, disse Adam Priestley, analista sênior da NCA.
Segundo apurado pelo analista, alguns dos vídeos analisados fornecem um tutorial com o passo a passo sobre como cometer crimes de chantagem detalhados. O problema vai além; já que os criminosos ensinam até mesmo como criar contas falsas e lucrar com o crime de extorsão. “Há até mesmo conselhos para criminosos mirarem escolas e algumas instruções sobre como ameaçar as vítimas e a linguagem de abordagem“, segundo reportou o site.
O guia completo para o crime
O The Guardian disse que teve acesso a um guia escrito com mais de 80 páginas, descoberto por uma agência de cibersegurança que estava circulando em grupos do Telegram. O conteúdo foi reportado à NCA e removido pelo Telegram a pedido do The Guardian.
O guia foi escrito por um indivíduo anônimo que afirmou cometer o crime de extorsão há 7 anos, fazendo pelo menos 5.000 alvos bem-sucedidos durante o período. O manual ensina como invadir contas de mídia social, criar perfis falsos e criar conexões para então manipular as vítimas a enviar conteúdo explícito […] o último estágio é a chantagem.
Os analistas disseram que os principais países onde existem mais casos de sextorsão são os Estados Unidos, Reino Unido e Canadá. Os alvos na maioria são adolescentes e jovens adultos e afirmam conseguir imagens explícitas de pelo menos 5 a 10 de 200 vítimas.
Um porta-voz do YouTube disse que conteúdo que fornece instruções de phishing e crypto phishing não é permitido no YouTube e será removido. Já o TikTok disse que a plataforma detectou e removeu conteúdo dessa natureza por meio de investigações do seu próprio algoritmo. O porta-voz do Telegram disse que “sextorsão é explicitamente proibida na plataforma e que os moderadores monitoram proativamente as redes públicas da plataforma e aceitam denúncias de usuários para remover conteúdo que viole os termos de uso do Telegram”.